sexta-feira, 1 de julho de 2011

Água no inverno

O inverno faz cair não só a temperatura, como o consumo de água. Entretanto, especialistas advertem: a sensação de sede diminui, mas a importância do líquido para o organismo não. O consumo de cerca de dois litros nesses dias mais frios é importante para evitar problemas renais, doenças de pele e desidratação.

A nutricionista Edna Garambone afirma que o cuidado deve ser redobrado com idosos e crianças, que desidratam com mais facilidade.
Segundo ela, no inverno, o corpo de fato precisa de menos água do que no verão, por exemplo. Daí sentirmos menos sede. O problema é que pessoas que já bebem pouco no calor, bebem menos ainda no frio. Ela dá uma receita capaz não só de hidratar, mas aquecer o corpo no friozinho do inverno:

“Se não quer tomar água, uma boa saída é tomar chá. Sugiro o chá verde, que só é contra-indicado para pessoas com tendência a gastrite ou hipertensas. Isso porque a cafeína estimula a produção de ácido clorídrico no estômago”, explica.

Outras fontes de hidratação, segundo ela, são frutas como melão, melancia, laranja e abacaxi. Elas são mais ricas em líquido do que frutas típicas do inverno, como abacate, maçã e uva.

“Refrigerante, só se for numa ilha deserta e se não tiver outra escolha!”, avisa a nutricionista.
 Doenças podem se agravar
O chefe do serviço da Nefrologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Alvimar Gonçalves Delgado, explica que, nesta época do ano, nós temos uma tendência a eliminar mais água pela urina, já que suamos menos do que nos dias mais quentes.

“Quem já desenvolveu algum problema renal deve prestar atenção nessa época do ano para evitar que tais doenças se agravem. Nessa época do ano, esses casos surgem quando diminui essa vigilância em relação à água”, explica Delgado.

O alerta vale não só para quem tem tendência a formar pedra nos rins ou cistite. Quem sofre de infecções urinárias de repetição, causadas por baixa imunidade, também deve manter o consumo de água em dia, segundo Delgado.
Exageros devem ser evitados
Sueli Carneiro, sub-chefe do serviço de dermatologia do mesmo hospital, alerta que a água deve ser ingerida sem exagero.

“Há um equilíbrio estreito entre a ingestão e a eliminação de água pelos mecanismos reguladores do organismo. A perda de água é regulada pelos rins, pela pele, pelos pulmões, pelo tubo digestivo. A água não deve ser bebida em demasia, mas na quantidade necessária para manter a condição do corpo estável em termos de temperatura e pressão”, explicou a dermatologista.

Segundo ela, é comum o aumento do número de pessoas com problemas de pele nos consultórios nessa época do ano. Sem a quantidade necessária de água no organismo, a pele tende da ficar mais ressecada, afetando principalmente quem sofre de dermatoses, idosos e atletas que exercem atividades ao ar livre.

“Essa época do ano é a temporada da pele seca. Mas o importante é saber dosar a quantidade certa de água para o organismo. Uma pessoa normal deve consumir de dois a quatro litros de líquido por dia. Mas quem tem problemas renais ou insuficiência cardíaca deve ter cuidado para não sobrecarregar os rins ou o coração”, explica.
 Fonte: Globo.com

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